RESULTADOS

79ª Corrida de São Silvestre

Data: 31/12/2003

Percurso: 15 km

Local: São Paulo - SP

Telefone: (11) 3170-5946

Site: www.saosilvestre.com.br

Resultados já estão no site do evento

VEJA COM FOI

PROVA FEMININA

A queniana Margareth Okayo não tomou conhecimento de suas adversárias. Bicampeã da Maratona de Nova York e uma das grandes favoritas, ela largou na ponta e antes mesmo de chegar ao quarto quilômetro de prova resolveu forçar o ritmo, abriu muita vantagem e completou os 15.000 metros da 79a Corrida Internacional de São Silvestre em 51min24, mais de um minuto à frente da também queniana Debora Mengich, segunda colocada, com 52min35. A catarinense Márcia Narloch, campeã pan-americana de maratona, foi a melhor brasileira, terminando em terceiro lugar, com 52min49.

Com a largada dada pontualmente às 15h15 pela prefeita Marta Suplicy, com 31 graus de temperatura e 48% de umidade do ar, Margareth Okayo confirmou desde o início o seu favoritismo. Logo na avenida Ipiranga, a corredora queniana fugiu do pelotão, impondo um ritmo forte de prova, deixando a compatriota Debora Mengich, Márcia Narloch, Fabiana Cristine dos Santos e Maria Zeferina Baldaia para trás.

Nem mesmo a chuva, que começou na metade da corrida, atrapalhou o desempenho da fundista africana. Um exemplo disso é que após dez quilômetros de prova, ela já tinha 50 segundos de vantagem para Márcia Narloch, então segunda colocada, seguida de Debora Mengich, Ednalda Laureno, a Pretinha, e Sirlene de Pinho. Com a chuva, a temperatura caiu para 24 graus e a umidade aumentou para 77%, facilitando ainda mais a atuação de Margareth, que havia sido vice-campeã da corrida em 2001.

'Prometi voltar para tentar vencer e consegui', disse a atleta, que ganhou US$ 160 mil pela vitória em Nova York este ano. 'Estou bem preparada, mas achava que as brasileiras iam lutar pela vitória. Estou muito feliz pela minha atuação.'

Debora Mengich lamentou a chuva. 'A prova já estava muito difícil. Quando começou a chover a situação ficou mais complicada ainda', afirmou a experiente corredora, de 33 anos.

Já Márcia Narloch garante ter ficado muito feliz com o terceiro lugar e por ter sido a melhor brasileira. Ela lembra que estava 100% para a prova e que o objetivo era a vitória. 'Vim para ganhar, mas a prova realmente foi muito difícil. O ritmo foi forte e a temperatura muito quente. O nível técnico deste ano foi bem mais forte do que o do ano passado', observou.

Em 2002, a vencedora foi a brasileira Marizete Rezende, com o tempo de 54min02. E o recorde da prova é da queniana Hellen Kimayo, com 50min26, obtido em 1993. A campeã de 2001, Maria Baldaia, abandonou a prova no décimo quilômetro.

As primeiras colocadas foram as seguintes:

1) Margareth Okayo (Quênia) - 51min24
2) Debora Mengich (Quênia) - 52min35
3) Márcia Narloch (Brasil) - 52min49
4) Ednalva Laureano (Brasil) - 52min58
5) Sirlene de Pinho (Brasil) - 53min22

PROVA MASCULINA

O brasiliense Marilson Gomes dos Santos terminou nesta quarta-feira com o domínio africano nas últimas cinco edições da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre. Vice-campeão do ano passado e ganhador de duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (prata nos 10 mil metros e bronze nos 5 mil), Marilson foi muito aplaudido pelo público desde a entrada na Avenida Paulista até a linha de chegada. Rômulo Wagner da Silva fez a dobradinha brasileira, ficando em segundo lugar, seguido da brigada queniana: Martin Lel, Robert Cheruiyot (vencedor de 2002) e Yusuf Songoka.

Com a temperatura mais amena do que na prova feminina, vencida pela queniana Margareth Okayo, a categoria masculina teve um ritmo forte desde o início. Paulo Vitor Lunkes, do Cruzeiro, saiu na frente no começo da prova. Depois, o queniano Philip Rugut, campeão da Meia Maratona do Rio de Janeiro, assumiu a liderança. A partir do Teatro Municipal, Marilson, Rômulo, Robert Cheruiyot e Martin Lel começaram a brigar pelo primeiro lugar, que acabou definido apenas na subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, quando o campeão resolveu arriscar tudo e aumentar o ritmo.

'No ano passado perdi na subida da Brigadeiro para o queniano. Desta vez não. Ou eu ganhava ou eu desistia antes da chegada. Graças a Deus aguentei firme e estou muito feliz com a vitória', comentou Marilson, logo após a chegada, muito emocionado. 'Sempre quis vencer esta prova. Já havia conseguido dois quartos lugares e, no ano passado, fui vice-campeão. Estava desanimando.'

Aos 26 anos, casado com a também atleta Juliana Azevedo, medalha de bronze no Campeonato Mundial Juvenil e treinado pelo bicampeão pan-americano Adauto Domingues, o atleta da equipe Pão de Açúcar/BM&F contou ter feito uma boa preparação na altitude de Campos do Jordão, cidade serrana de São Paulo e que por isso estava confiante. 'Estava melhor preparado do que em 2002 e resolvi arriscar. A estratégia foi ficar sempre no pelotão da frente e buscar a vitória na Brigadeiro', revelou o atleta, que além dos R$ 17 mil ganhos pela vitória irá receber outros R$ 17 mil como bônus do Pão de Açúcar e mais R$ 10 mil da Mizuno, fornecedora de material esportivo de sua equipe. A BM&F ficou de fazer uma homenagem especial para o atleta em janeiro, quando definirá um bônus.

O próximo objetivo do campeão é tentar garantir uma vaga na equipe brasileira que irá aos Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto. Ele está treinando para buscar o índice na maratona, prova que nunca disputou. A estréia deve ser em fevereiro ou março. 'Acho que tenho condições de correr a prova em 2h08, tempo suficiente para me dar uma vaga na Olimpíada', comentou o fundista, que ainda não havia assimilado a vitória na entrevista coletiva. 'Acho que o meu novo treinamento me ajudou muito agora na São Silvestre.'

Muito feliz com o segundo lugar, Rômulo Wagner da Silva disse que tinha certeza de uma boa atuação. 'Fiz uma preparação inédita na minha carreira, treinando na altitude da Colômbia. A Mizuno, meu novo patrocinador, me deu todas as condições para fazer o melhor', afirmou, dizendo também que os quenianos acabaram subestimando os corredores locais. 'Eles não acreditavam na vitória de um brasileiro.'

Martin Lel e Robert Cheruiyot acabaram confirmando a desconfiança do brasileiro. 'Tinha certeza de que a vitória seria queniana', comentou Martin Lel, que apontava Cheruiyot como favorito. 'Os brasileiros surpreenderam porque adotaram uma estratégia vencedora', emendou Cheruiyot, que jogava o favoritismo para Martin Lel. 'Na subida da Brigadeiro, os brasileiros forçaram o ritmo e não conseguimos acompanhar.'

Os primeiros colocados foram os seguintes:

1) Marilson Gomes dos Santos (Brasil) - 43min49
2) Rômulo Wagner da Silva (Brasil) - 43min57
3) Martin Lel (Quênia) - 43min59
4) Robert Cheruiyot (Quênia) - 44min15
5) Yusuf Songoka (Quênia) - 44min20

Acompanhe abaixo algumas fotos do evento :
A largada da categoria feminina aconteceu às 15 horas, antes do início da chuva.
Até o décimo quilômetro as atletas correram agrupadas.
Em baixo de chuva, a chegada da queniana Margareth Okayo.
O pódio com duas quenianas e três brasileiras.
A largada da categoria masculina aconteceu às 17:05 horas.
Dez minutos após a largada, os atletas que se posicionaram atrás ainda caminhavam sob o pórtico de largada.
Marilson comemora a vitória.
O brasileiro Rômulo Wagner e o queniano Martin Lel chegaram bem próximos.
Emoção no pódio ao som do hino brasileiro.