RESULTADOS

3º Desafio da Mata Atlântica

Data: 05/07/2008

Percurso: 7,5 km

Local: Cubatão - SP

Telefone: (13) 2102-7081

Classificação Geral Feminina
Classificação Geral Masculina

VEJA COM FOI

Na corrida considerada a mais dura do Brasil e que exige muito esforço físico, o pernambucano Francisco Barbosa do Santos, o Chiquinho, e a goiana Marizete de Paula Rezende, voltaram a reinar no 3º Desafio da Mata Atlântica A Tribuna/Cubatão. Ele garantiu o bicampeonato, enquanto ela manteve 100% de aproveitamento comemorando o tri. A prova foi disputada na manhã deste sábado (dia 5), com 1.500 atletas completando os 7,5 km só de subida no Caminho do Mar, a famosa Estrada Velha, uma área de total preservação ambiental e histórica.

A dificuldade do percurso era compensada pelas belezas naturais do local, transformado no Parque Caminhos do Mar, com muita vegetação nativa, e os monumentos históricos, do início do século passado. Alguns deles mais antigos ainda, como trechos da Calçada do Lorena, de 1792, antiga estrada que ligava o planalto ao litoral.

Enquanto os corredores de elite se preocupavam em correr o mais forte possível para garantir bons resultados, boa parte dos participantes estava lá para curtir, conhecer o local. Muitos estavam com máquinas fotográficas e paravam em vários trechos para registrar os visuais.

Em alguns locais era possível visualizar toda a região da Baixada Santista, graças ao bom tempo, com sol. Nestes casos, a festa foi total. O tempo final foi o que menos importou. Apenas a satisfação de concluir e conhecer o trajeto. Foi o caso das amigas Fusae Uramoto, 77 anos, Reiko Konno, 79, ambas japonesas, e Maria Rosa de Amorim, portuguesa e a mais velha, com 81 anos. As três “fecharam” o evento, mostrando muita disposição em completar pela terceira vez o caminho.

Outro destaque ficou para os staffs da organização. Espalhados por todo o percurso, para não deixar que nada errado acontecesse, principalmente algum detrito jogado nas encostas, eles tiveram um papel importante também no incentivo aos atletas, gritando e batendo palmas.

De volta à elite, a disputa foi acirrada. O tempo bom ajudou os atletas a imprimirem ritmos fortes. Tanto que no masculino e no feminino foram estabelecidos novos recordes. Chiquinho garantiu 30 minutos e 51 segundos, baixando 36 segundos a sua própria marca. Marizete chegou em 35min50s, melhorando 39 segundos em relação ao tempo da primeira vitória, em 2006. Pelas vitórias, cada um faturou R$ 4 mil, de um total de R$ 33 mil de premiação, dividida aos 10 primeiros das duas categorias.

MASCULINO - Entre os homens, Chiquinho repetiu exatamente a mesma estratégia da vitória do ano passado. Começou a prova sem forçar e no KM 3 foi para a frente, apertando o ritmo. Dessa vez, ele teve como grande rival o paulistano Sérgio Celestino da Silva, que andou na ponta até o KM 7. No Rancho da Maioridade, um dos principais monumentos do local, alcançando 4,5 km, Chiquinho corria demonstrando certa tranquilidade, sem aparentar cansaço.

Serginho vinha na mesma balada, junto com o queniano Paulo Kipkorir, um dos oito atletas do esquadrão africano na disputa. Menos de um quilômetro depois, o atleta do Quênia ficou para trás. Nos últimos 500 metros, Serginho tentou surpreender, mas Chiquinho contra-atacou e chegou tranquilo e comemorando muito e carregando a bandeira do Cruzeiro, entregue pelo técnico da equipe, Alexandre Minardi.

Serginho garantiu o vice, 12 segundos depois. O mineiro Lindomar Modesto, o Pantanal, foi o terceiro colocado, pela terceira vez, em 31min22s, ao superar o queniano Kipkorir, que cruzou a linha em 31min37s. O francês radicado em Brasília, Laurent Migaire ficou em quinto, com 31min47s, e o vencedor em 2006 e vice em 2007, o goiano David de Mesquita, chegou em sexto, em 31min59s.

Além de vibrar muito, Chiquinho teve um ato de grande humildade e emoção, ficando junto à linha de chegada para aplaudir a todos que completavam o duro desafio. “Fiz igual ao ano passado. No final, quando a subida ficou mais leve, no final, saí para o abraço”, falou o corredor de Bodocó, no interior pernambucano, e que mora em Guarulhos atualmente. Fiquei muito emocionado e feliz. Essa é a prova mais dura que já corri em toda a minha vida”, comentou o bicampeão, que está com 35 anos e corre há oito.

Para o vice-campeão faltou experiência na disputa com Chiquinho. “Perdi na estratégia. Tentei sair um pouco antes. Ele aguardou e saiu no momento certo. Parabéns para ele, mas o ano que vem tem de novo. Foi a minha primeira vez na prova e o Chiquinho já conhecia bem”, disse o atleta de 24 anos, vice-campeão sul-americano de cross country em 2005. “Essa prova é fantástica. Acho que todos os corredores de cross country e de fundo têm de correr aqui um dia”, acrescentou Serginho, que corre há quatro anos e antes trabalhava em lavoura de café.

Terceiro nas três edições, Pantanal ficou satisfeito. “Essa corrida é muito difícil. Tentei sair do bloco no começo para tentar abrir, mas os caras não deixaram. Mas estou feliz. Ano que vem vou treinar exclusivamente para essa corrida. É questão de honra e vamos ver se vai dar para, pelo menos, ser segundo”, brincou o atleta de 28 anos.

FEMININA - Entre as mulheres, Marizete e a queniana Anne Bererwe, vice em 2006, saíram forte desde o início, abrindo vantagem para as demais. Logo, a atleta africana assumiu a ponta e Marizete, com dores no baço, ficou um pouco para trás, mas mantendo a diferença no visual. No KM 5, Anne começou a cansar e Marizete encostou para sprintar faltando 300 metros para a linha de chegada.

Ao contrário dos outros dois anos, a diferença para a segunda foi pequena, de 14 segundos. A paranaense Dioni D’Agostini ficou em terceiro, em sua estréia na prova, com 37min38s. A queniana Leah Kipchumba ficou em quarto, com 39min22s. Já na disputa pelo quinto lugar, Eliana Souza de Oliveira, de Guarulhos, superou Andréa Celeste, de Santos, no sprint final, com 39min29s.

“Nem acredito que deu”, desabafou Marizete. “A queniana vinha muito forte e eu senti dor no baço e pensei: Ai meu Deus, perdi! Estava preocupada, mas deu sete quilômetros e foi um abraço. Decidi sair com tudo, porque não tinha mais nada a perder”, contou a tricampeã. “Gosto muito de correr na subida. Isso me favorece. Eu sofro, mas gosto de sofrer e vou embora”, revelou a atleta de 34 anos, que é treinada pelo marido, o ex-maratonista Diamantino Silveira.

Apesar de estar concentrada para buscar o tri, Marizete revelou que conseguiu curtir o visual da prova. “Deu para ver muita coisa, curtir. É lindo. Tanto curti que no KM 4,5 tem o Rancho da Maioridade e sempre que passo ali penso que tenho de forçar para chegar mais forte”, comentou.

Prestes a ter mudanças radicais em sua vida, por ter decidido a concorrer a vereadora em Araraquara, Marizete não pensa em parar nas corridas. “Estou voltando agora das lesões. Então, estou no início da temporada e comecei bem, com uma vitória numa corrida bela dessas. Eu acho que agora só virão coisas boas. O objetivo é a São Silvestre, uma prova que eu quero muito vencer novamente”, anunciou.

Anne Bererwe simplificou a sua atuação. “Faltou força nas pernas no final. A Marizete veio forte e eu também estava bem, mas senti as pernas nos dois últimos quilômetros. Gostei de correr aqui novamente”, afirmou a queniana de 26 anos, que este ano também foi a vice-campeã no 23º 10 KM Tribuna FM.

Quem também aprovou a disputa foi a terceira colocada. “Pretendo retornar no ano que vem. Com certeza essa é a prova mais difícil do Brasil. Já corri em Poços de Caldas, mas essa supera qualquer prova”, relacionou Dioni D'Agostini, que está com 38 anos. Ainda entre as mulheres, destaque para dois grandes nomes, Maria Zeferina Baldaia, 10ª colocada, e Sirlene Souza de Pinho, 15º lugar, ambas muito aplaudidas na chegada.

SUCESSO - O diretor-presidente de A Tribuna e também corredor, Marcos Clemente Santini, festejou o sucesso de mais uma edição. “O dia foi maravilhoso, os staffs incentivando a todos. Graças a Deus, foi tudo certo. Esta é uma prova para poucos, porque o Parque não comporta muitos atletas, e então aqueles que participaram são privilegiados”, comemorou. “Como atleta foi o terceiro ano que participei e cada vez melhorando um pouco. Baixei em 11 segundos o meu tempo em relação a 2007 e com um ano a mais de vida”, argumentou.

Vale destacar que a organização da prova tomou todo o cuidado com a preservação ambiental. Logo após a passagem dos atletas, equipes de limpeza retiraram qualquer sujeira das pistas (como copinhos de água e papéis), evitando que algum detrito parasse nas encostas.

Agora, o Sistema A Tribuna de Comunicação se prepara para a próxima corrida. No dia 31 de agosto será realizada a 5ª Meia-Maratona A Tribuna Praia Grande. As inscrições serão abertas no dia 29. Todas as informações no site www.triesportes.com.br.

RESULTADOS

MASCULINO
1) Francisco Barbosa dos Santos - 30min51s
2) Sérgio Celestino da Silva - 31min03s
3) Lindomar Modesto - 31min22s
4) Paulo Kipkemi Kipkorir - 31min37s
5) Laurent Migaire - 31min47s

FEMININO
1) Marizete de Paula Rezende - 35min50s
2) Anne Cheptanui Bererwe - 36min04s
3) Dione D’Agostini Chillemi - 37min38s
4) Leah Jelagat Kipchumba - 39min22s
5) Eliana Souza de Oliveira - 39min29s