| Foi uma verdadeira festa do esporte a primeira edição do Nike 10 K, realizada na manhã deste domingo, com largada e chegada no Jockey Club de São Paulo. Os 20 mil inscritos na corrida, entre atletas de ponta, personalidades e anônimos, tiveram bandas de percussão tocando em dois pontos do percurso e um show especial após cruzar a linha de chegada. Primeiro, o som ficou por conta do DJ Patife, com o apresentador Márcio Garcia animando os participantes. Depois, subiram ao palco Wilson Sideral e banda, com participação especial de Cláudio Zoli, Fernanda Abreu, Júnior Lima, Toni Garrido e Simoninha.
Também neste domingo, o Nike 10 K esperava reunir quase 60 mil pessoas em outras seis cidades latino-americanas. Na sexta-feira havia 17 mil inscritos na Cidade do México, 15 mil em Buenos Aires, 10 mil em Santiago e 5 mil em Lima, Bogotá e Caracas.
Na prova brasileira, estiveram presentes o herói olímpico Joaquim Cruz, os maratonistas Vanderlei Cordeiro de Lima e Marilson Gomes dos Santos e as triatletas Fernanda Keller e Carla Moreno. Também enfrentaram os dez quilômetros o apresentador João Gordo e o baterista Japinha, da banda CPM 22.
O Nike 10 K foi criado com a proposta de proporcionar diversão e estimular a prática da corrida, e por isso não teve premiação. O primeiro colocado foi Antônio José Nunes Jr., do Instituto Joaquim Cruz, com 31min33seg, enquanto na categoria feminina a primeira a cruzar a linha de chegada foi Maria Cristina Vaqueiro Rodrigues, com 34min51seg.
“Dei uma bronca no Júnior antes da prova. Ele me disse que correria para ser o segundo colocado, atrás do Marilson. Eu falei para ele nunca entrar numa prova pensando em qualquer resultado que não seja a vitória. O Júnior é um atleta de muito potencial, mas não basta querer. É preciso disciplina”, disse Joaquim Cruz. Medalha de ouro nos 800 metros da Olimpíada de Los Angeles/84, o ex-atleta, que reside em San Diego, nos Estados Unidos, correu com a camisa número 1. E cansou de distribuir autógrafos após a corrida. “Foi uma emoção muito grande correr no meio do povão, uma coisa que eu nunca fiz quando era atleta. O Nike 10 K tem todas as características do atletismo e foi muito bem organizado. Particularmente, fiquei satisfeito com meu desempenho e atingi meu objetivo, pois cheguei na frente do Marilson e do Vanderlei”, brincou.
O primeiro colocado, Antônio José Nunes Jr, de 27 anos, é especialista na distância. Ele lembrou que Joaquim Cruz aceitou treiná-lo no Instituto, desde que continuasse estudando. “O Instituto é um projeto fantástico e que me deu a oportunidade de ser alguém na vida. Só deixei de trabalhar como guinchador de carro em Águas Lindas (GO) graças ao atletismo e ao Joaquim Cruz. Até levei uma bronca do Joaquim por falar que chegaria atrás do Marilson. Mas como ele e o Vanderlei vieram apenas para brincar, aproveitei a chance”, contou.
O ganhador da medalha de bronze na maratona dos Jogos de Atenas no ano passado, Vanderlei Cordeiro de Lima, aprovou o Nike 10 K. “O objetivo de incentivar as pessoas a praticarem esporte foi alcançado. O número de participantes mostra na prática a conscientização das pessoas, que passaram a encarar o esporte como qualidade de vida. As pessoas se vestiram de atletismo neste domingo”, disse.
O também maratonista Marilson Gomes dos Santos afirmou que o Nike 10 K não deve nada para outras provas do mundo. “Fiquei impressionado porque, mesmo no exterior, poucas provas atraem tanta gente. Fiquei impressionado com a estrutura e gostei muito de participar da festa”.
Para a triatleta Fernanda Keller, acostumada a competir durante mais de dez horas no Ironman, o Nike 10 K foi um treino de luxo. “Foi uma corrida perfeita, uma das mais bem organizadas do país. A música durante o percurso e o show no final foram os destaques na minha opinião”, disse a niteroiense.
Já a também triatleta Carla Moreno aproveitou a oportunidade para participar da corrida pela primeira vez em companhia da mãe, dona Silvia. “Foi muito gostoso e gratificante correr com ela, que sempre me incentivou, mesmo quando não ganhava nada. Tentei retribuir um pouco todo esse carinho”. A mãe da triatleta aprovou a experiência. “Foi muito bom correr ao lado da minha filha e de outras feras.”
Preocupado apenas em manter a forma para não fazer feio em cima do palco nos shows do CPM 22, o baterista Japinha completou os dez quilômetros sem maiores problemas. “Achei a corrida bem legal. Foi marcante 20 mil pessoas se mobilizarem para correr em uma cidade maluca e estressante como São Paulo”, falou.
Já João Gordo, que teve apoio da Nike para treinar, com personal trainner e academia, ficou satisfeito com seu desempenho no Nike 10 K. “Não corri nada, mas andei os dez quilômetros. A corrida foi muito louca”, elogiou, ao seu estilo, após completar o percurso acompanhado da esposa Vivi e do personal Marquinhos.
Confira algumas fotos do evento gentilmente cedidas por Tião Moreira:
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