Brasil e Quênia dividiram o pódio da VII Volta Internacional da Pampulha, uma das principais provas de rua do calendário nacional. Na manhã deste domingo, em Belo Horizonte, a brasileira Lucélia Peres (Mizuno) e o queniano Lawrence Kiprotich (Nike) garantiram o bicampeonato da competição e com quebra de recordes. Lucélia completou os 17.8 km com o tempo de 1h00min57seg, 51 segundos mais rápido que o recorde de Cleuza Maria Irineu, que durava desde 1999. Lawrence, por sua vez, marcou 52min23seg, sete segundos mais rápido que a marca de Vanderlei Cordeiro de Lima, de 2000. O paulista Paulo Alves dos Santos, quarto colocado foi o melhor brasileiro no evento. Com as quebras, além do prêmio de R$ 5 mil pela vitória, os campeões ainda receberam a mesma quantia pelos novos recordes. Ao todo, a VII Volta Internacional da Pampulha reuniu o número recorde de 8.500 atletas.
A Volta Internacional da Pampulha completou seu sétimo ano com sucesso. Além de grande número de inscritos, o evento ainda teve bicampeões e recordes quebrados. O tempo fechado e a temperatura amena contribuíram para que os tempos fosse tão bons. No feminino, o Brasil dominou, colocando quatro entre as cinco melhores. Já no masculino, os quenianos deram o troco, sendo que apenas Paulo Alves dos Santos, quarto colocado, atrapalhou o domínio estrangeiro no pódio. Os desempenhos apresentados neste domingo em Belo Horizonte, fazem prever uma grande disputa na Corrida Internacional da São Silvestre, no dia 31 de dezembro, o grande objetivo dos competidores da temporada.
Na disputa entre as mulheres, a mineira Lucélia Peres (Mizuno/Petrobras), 24 anos, confirmou que todo o esforço nos treinos valeu a pena. A campeã garantiu que chegou com folga. “O clima agradável deste domingo colaborou bastante para meu rendimento, sem falar que amadureci durante este ano. Sofri muito na disputa da Pampulha em 2004, cheguei exausta e no meu limite porque não fiz uma boa preparação”, explicou Lucélia, vice-campeã da São Silvestre em 2004 e que nesta temporada foi tricampeã dos 10 mil metros no Troféu Brasil de Atletismo.
“No início da prova, pensei que seria mais difícil pelo ritmo que a Sirlene e a Anesie de Burundi vinham colocando. Mas a Anesie baixou bem seu desempenho no Km 10, depois disso consegui aumentar o meu ritmo e abrir uma boa vantagem. Não estava pensando no recorde, mas apenas em vencer a prova. Depois da metade do percurso vi que poderia diminuir bem minha marca”, comentou. Para a São Silvestre, ele disse que tudo pode acontecer. “Lá o clima é outro, o horário também, sem falar que, basicamente são os mesmos adversários. Mas nunca se sabe se estarei bem naquele dia. A partir de amanhã começamos os treinos de manutenção de treino, pois restam apenas poucas semanas e essa prova foi essencial para avaliar qual era nossa real condição”, finalizou.
QUENIANO CHEGA AO BI SEM FAZER FORÇA
Na condição de atual favorito, Lawrence Kiprotich chegou para a VII Volta da Pampulha como um dos favoritos ao título. Mas nem mesmo o mais confiante podia prever uma vitória tão tranqüila neste ano. A partir do quinto quilômetro, ele assumiu a ponta e manteve um ritmo forte para conseguir o bicampeonato. “Comecei no pelotão e esperei que alguém escapasse. Com isso não aconteceu, arrisquei sair e deu certo. Eu estava me sentido forte e isso ajudou a conseguir um bom resultado”, explicou o queniano, que completou a prova sem demonstrar nenhum cansaço.
Lawrence explicou ainda que o clima foi fundamental para a quebra do recorde. “Estava muito bom para correr, bem diferente do ano passado. Assim, o ritmo acabou sendo mais forte do que 2004, possibilitando essa boa marca”, finalizou o bicampeão, que deverá participar da São Silvestre e no próximo ano disputará a Maratona de Boston, nos Estados Unidos.
O brasileiro Paulo Alves dos Santos gostou do resultado, mas destacou que poderia ter sido melhor. “Senti dores no estômago ao longo da prova e quase desisti. Mas diminui um pouco e procurei garantir o quarto lugar, já que a prova se definiu praticamente no começo. Para a São Silvestre vou ter de cuidar desse problema”, explicou o corredor, que neste ano, mais precisamente em março, venceu a Meia Maratona de Tóquio.
Desde a primeira edição da Volta da Pampulha, em 99, os corredores brasileiros sempre ocuparam pelo menos um dos topos do pódio, no masculino e feminino. Vanderlei Cordeiro de Lima (99/02) e Cleuza Maria Irineu (99/00) ganharam duas vezes, enquanto Maria Zeferina Baldaia (01), Márcia Narloch (02), Franck Caldeira (03) e Lucélia Peres (04) venceram uma cada. Os brasileiros ainda são os recordistas da prova: Vanderlei Cordeiro de Lima, 52min30s (99) e Cleuza Maria Irineu, 1h1min48s (00). É justamente para manter essa hegemonia que os atletas estarão lutando pela vitória neste domingo na capital mineira.
Os dez primeiros colocados da VII Volta Internacional da Pampulha foram os seguintes:
Feminino
1) Lucélia Peres (BRA) - 1h00min57seg
2) Sirlene Pinho (BRA) - 1h02min01seg
3) Marizete Rezende (BRA) - 1h02min25seg
4) Anne Bererwe (KEN) - 1h03min15seg
5) Marizete dos Santos (BRA) - 1h03min42seg
6) Margaret Karie (KEN) - 1h03min58seg
7) Jeniffer dos Santos (BRA) - 1h04min03seg
8) Marily dos Santos (BRA) - 1h04min18seg
9) Rosa Jussara Barbosa (BRA) - 1h04min25seg
10) Luzia Pinto (BRA) - 1h05min18seg
Masculino
1) Lawrence Kiprotich (KEN) - 52min23seg
2) Mathew Cheboi (KEN) - 52min40seg
3) John Kiprotich (KEN) - 52min56seg
4) Paulo Alves dos Santos (BRA) - 53min24seg
5) Peter Kiplagat (KEN) - 53min58seg
6) Charles Korir (KEN) - 54min01seg
7) Francisco dos Santos (BRA) - 54min15seg
8) José Eraldo de Lima (BRA) - 54min27seg
9) José Ferreira (BRA) - 54min28seg
10) João de Lima (BRA) - 54min35seg
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