De uma só vez, dois recordes foram batidos na oitava Maratona Ecológica de Curitiba. O primeiro a quebrar o recorde foi o cadeirante Altemir de Oliveira, de Porto Alegre. Ele fechou os 42.195 metros em 2h 00’19", 51 segundos abaixo do antigo recorde alcançado em 2002 pelo brasiliense, Wendel da Silva Soares que, este ano, chegou em 2º lugar.
Pouco tempo depois, mais uma marca foi superada. O maranhense José Gutemberg Ferreira, de 29 anos, completou a prova em 2h17’57", apenas dois segundos abaixo do recorde de 2001, que era de João Assumpção. "Esta é a primeira maratona que venço na minha vida e, nem nos meus melhores sonhos, imaginava chegar em primeiro e ainda quebrar o recorde. Estou feliz demais", disse o campeão, bastante emocionado.
No feminino, a vitória ficou com a atleta de Maringá, Hilda Alves dos Santos, de 33 anos. Ele fechou a prova em 2h44’21" e disse que precisou de muita paciência para chegar em primeiro. "Foi muito difícil manter o meu ritmo, diante da pressão das outras corredoras. Se fosse querer ficar o tempo todo na frente, iria "quebrar" e poderia nem terminar a prova. Foi com paciência que cheguei lá", conta Hilda que ofereceu a vitória ao pai, que morreu há apenas oito dias.
A oitava edição da Maratona de Curitiba teve 2.244 inscritos. Destes, 2.090 atletas participaram da prova que, neste ano, adiantou em meia hora o horário de largada, às 7 horas da manhã para o feminino e às 7h30 para o masculino. Para o coordenador geral da Maratona, Romualdo Diniz Tissot, a largada mais cedo e a consolidação do novo percurso, com menos subidas, adotado desde o ano passado, foram os principais fatores que levaram à quebra de dois recordes este ano. "Sempre priorizamos o atleta na Maratona de Curitiba fazendo o possível para diminuir o desgaste físico em uma prova como essa. A quebra de recordes e o aumento no número de participantes a cada ano são resultado de todo este trabalho feito pela Prefeitura de Curitiba", afirmou Diniz.
O prefeito Cassio Taniguchi, um dos idealizadores da Maratona de Curitiba desde sua primeira edição em 1997, fez questão de esperar pessoalmente a chegada dos primeiros atletas. "É emocionante testemunhar o esforço desses heróis. Isso nos deixa orgulhosos e mais animados em melhorar cada vez mais", disse o prefeito que entregou medalhas aos campeões.
Contas em dia - O campeão da prova, José Gutemberg Ferreira, que mora em Petrópolis, já decidiu o que vai fazer com o prêmio de R$ 12 mil que recebeu pelo 1º lugar. "Primeiro vou colocar as contas em dia. Depois, vou investir em mim mesmo. Quero treinar com todas as condições necessárias para melhorar o meu tempo e entrar de vez no grupo dos melhores maratonistas do Brasil", disse ele.
José contou que só conseguiu ficar entre os primeiros lugares no quilômetro 28. Mas só no quilômetro 35 ele começou a se distanciar e assumiu a liderança. "A partir dali, ninguém mais me segurava", disse José.
Claudir Rodrigues, de Santa Maria (RS), chegou em 2º lugar, com o tempo de 2h19’16". Bem melhor que no ano passado, quando torceu o pé e nem chegou a terminar a prova. "Meu objetivo era chegar entre os cinco primeiros. Estou feliz com o 2º lugar", afirmou Claudir.
Rindo à toa estava a campeã da prova, Hilda Alves dos Santos. Correndo pela primeira vez em Curitiba, ela conseguiu neste domingo o melhor tempo de sua carreira - 2h44’21". "Ano que vem estarei aqui de novo", disse Hilda que, com os R$ 12 mil do prêmio vai poder participar da Maratona de Miami, em janeiro.
Além de feliz, o campeão na categoria cadeirante, Altemir Luiz de Oliveira, estava impressionado com o próprio desempenho na prova. Com o tempo de 2h00’19", Altemir não só quebrou o recorde, como também chegou quase 15 minutos à frente do segundo colocado, Wendel da Silva Soares, bi-campeão da Maratona de Curitiba. "Treinei bastante para esta prova que, para mim, é um exemplo para o Brasil em relação ao tratamento que o atleta cadeirante recebe. Aqui, a gente se sente respeitado e isso ajuda muito", afirmou Altemir.
Avaliação - Delegados e observadores da Confederação Brasileira de Atletismo acompanharam todo o percurso no carro-madrinha, que vai à frente dos primeiros colocados. Eles avaliaram diversos itens com relação à organização da prova que, nas edições anteriores, recebeu nota máxima na grande maioria dos quesitos avaliados pela CBAt.
Até o final desta semana, a Confederação deverá divulgar um relatório final com as notas da prova, que, segundo o observador de percurso da CBAt, Paulo Silva, deve repetir o sucesso alcançado até aqui. "A única diferença da Maratona de Curitiba com relação às demais, é que a prova não é tão rápida por causa de algumas subidas no percurso. Fora isso, posso dizer, sem dúvida nenhuma, que a prova de vocês está em pé de igualdade com as melhores provas do mundo", disse o observador.
Confira a classificação nas modalidades masculino, feminino e cadeirantes (resultados extra-oficiais):
MASCULINO
1º José Gutemberg Ferreira - 02:17:57
2º Claudir Rodrigues - 02:19:16
3º Diamantino Silveira dos Santos - 02:19:48
4º Eliesio Miranda da Silva - 02:20:32
5º Paulo da Silva - 02:21:01
FEMININO
1º Ilda Alves dos Santos - 02:44:21
2º Ilaine Wandscheer - 02:45:55
3º Leone Justino da Silva - 02:52:24
4º Rosângela Gavinski - 02:52:48
5º Andriléia do Carmo de Souza - 02:53:40
CADEIRANTES
1º Altemir Luís de Oliveira - 02:00:19
2º Wendel da silva Soares - 02:14:39
3º Ariosvaldo Fernandes da Silva - 02:18:47
4º Carlos Alberto Rodriguez - 02:23:01 |