PROVA MASCULINA
O brasiliense Marilson Gomes dos Santos terminou nesta quarta-feira com o domínio africano nas últimas cinco edições da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre. Vice-campeão do ano passado e ganhador de duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos da República Dominicana (prata nos 10 mil metros e bronze nos 5 mil), Marilson foi muito aplaudido pelo público desde a entrada na Avenida Paulista até a linha de chegada. Rômulo Wagner da Silva fez a dobradinha brasileira, ficando em segundo lugar, seguido da brigada queniana: Martin Lel, Robert Cheruiyot (vencedor de 2002) e Yusuf Songoka.
Com a temperatura mais amena do que na prova feminina, vencida pela queniana Margareth Okayo, a categoria masculina teve um ritmo forte desde o início. Paulo Vitor Lunkes, do Cruzeiro, saiu na frente no começo da prova. Depois, o queniano Philip Rugut, campeão da Meia Maratona do Rio de Janeiro, assumiu a liderança. A partir do Teatro Municipal, Marilson, Rômulo, Robert Cheruiyot e Martin Lel começaram a brigar pelo primeiro lugar, que acabou definido apenas na subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, quando o campeão resolveu arriscar tudo e aumentar o ritmo.
'No ano passado perdi na subida da Brigadeiro para o queniano. Desta vez não. Ou eu ganhava ou eu desistia antes da chegada. Graças a Deus aguentei firme e estou muito feliz com a vitória', comentou Marilson, logo após a chegada, muito emocionado. 'Sempre quis vencer esta prova. Já havia conseguido dois quartos lugares e, no ano passado, fui vice-campeão. Estava desanimando.'
Aos 26 anos, casado com a também atleta Juliana Azevedo, medalha de bronze no Campeonato Mundial Juvenil e treinado pelo bicampeão pan-americano Adauto Domingues, o atleta da equipe Pão de Açúcar/BM&F contou ter feito uma boa preparação na altitude de Campos do Jordão, cidade serrana de São Paulo e que por isso estava confiante. 'Estava melhor preparado do que em 2002 e resolvi arriscar. A estratégia foi ficar sempre no pelotão da frente e buscar a vitória na Brigadeiro', revelou o atleta, que além dos R$ 17 mil ganhos pela vitória irá receber outros R$ 17 mil como bônus do Pão de Açúcar e mais R$ 10 mil da Mizuno, fornecedora de material esportivo de sua equipe. A BM&F ficou de fazer uma homenagem especial para o atleta em janeiro, quando definirá um bônus.
O próximo objetivo do campeão é tentar garantir uma vaga na equipe brasileira que irá aos Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto. Ele está treinando para buscar o índice na maratona, prova que nunca disputou. A estréia deve ser em fevereiro ou março. 'Acho que tenho condições de correr a prova em 2h08, tempo suficiente para me dar uma vaga na Olimpíada', comentou o fundista, que ainda não havia assimilado a vitória na entrevista coletiva. 'Acho que o meu novo treinamento me ajudou muito agora na São Silvestre.'
Muito feliz com o segundo lugar, Rômulo Wagner da Silva disse que tinha certeza de uma boa atuação. 'Fiz uma preparação inédita na minha carreira, treinando na altitude da Colômbia. A Mizuno, meu novo patrocinador, me deu todas as condições para fazer o melhor', afirmou, dizendo também que os quenianos acabaram subestimando os corredores locais. 'Eles não acreditavam na vitória de um brasileiro.'
Martin Lel e Robert Cheruiyot acabaram confirmando a desconfiança do brasileiro. 'Tinha certeza de que a vitória seria queniana', comentou Martin Lel, que apontava Cheruiyot como favorito. 'Os brasileiros surpreenderam porque adotaram uma estratégia vencedora', emendou Cheruiyot, que jogava o favoritismo para Martin Lel. 'Na subida da Brigadeiro, os brasileiros forçaram o ritmo e não conseguimos acompanhar.'
Os primeiros colocados foram os seguintes:
1) Marilson Gomes dos Santos (Brasil) - 43min49
2) Rômulo Wagner da Silva (Brasil) - 43min57
3) Martin Lel (Quênia) - 43min59
4) Robert Cheruiyot (Quênia) - 44min15
5) Yusuf Songoka (Quênia) - 44min20
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