O atletismo brasileiro está de volta ao topo do
pódio da Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, uma das mais
importantes disputas do calendário nacional. Na sétima edição, realizada
neste domingo (31), a goiana Marizete Rezende, atual campeã da São
Silvestre, foi a vencedora, completando os 21.097 metros entre São Conrado
e o Aterro do Flamengo em 1h12min19seg, com boa vantagem para a segunda
colocada, a queniana Anne Jelagat, primeira no ano passado. Já no
masculino, o queniano Philip Rugut não deu chance aos adversários e
garantiu o bicampeonato com o tempo de 1h03min44seg, seguido dos
brasileiros William Amorim, 1h03min48seg, e Alex Januário, 1h03min58seg.
Pela vitória, Philip e Marizete receberam R$ 15 mil cada, além de um carro
0 Km para a brasileira e William.
Depois de uma semana de muita chuva na Cidade Maravilhosa, o domingo
amanheceu ensolarado para a disputa da VII Meia Maratona Internacional do
Rio de Janeiro, deixando ainda mais bonito o percurso por toda a orla da
Zona Sul. Os mais de 12 mil participantes, recorde em toda a história da
prova, deixaram ainda mais colorida a cidade, confirmando o crescimento e a
força da disputa entre os atletas.
As mulheres começaram antes, cumprindo a nova determinação da Federação
Internacional de Atletismo (IAAF). Logo no princício, Marizete, Anne e
Márcia se destacaram das demais, prometendo uma boa briga até a linha de
chegada. Porém, a partir do décimo quilômetro, a queniana sentiu uma
contusão nas costas e acabou ficando. Marizete aproveitou bem a situação e
aumentou o ritmo, abrindo vantagem para as adversárias e manteve-se à
frente até a vitória. Anne ainda conseguiu superar Márcia, visivelmente
cansada, garantindo o segundo lugar.
"A minha performance foi dentro do esperado. Acho que foi um dos meus
melhores tempos em provas deste tipo no Brasil e isso me deixou bastante
satisfeita. O clima acabou sendo bom, pois não estava tão quente, o que
facilitou bastante durante a prova. Nem mesmo a umidade estava alta",
explicou a atleta, casada com outro corredor, Dimantino dos Santos.
Com relação à disputa direta com a queniana, Marizete disse que se deu bem
porque conseguiu acompanhar o ritmo. "Fui a única a estar correndo com ela
nos primeiros quilômetros, quando o ritmo ainda era forte. Depois ela
sentiu algo e diminuiu. Quis marcar a queniana de perto pois já perdi
provas por não arriscar e ficar esperando", completou a atleta, que agora
vai em busca do índice para a maratona dos Jogos de Atenas. "Vou tentar
isso já em Berlim, no mês de setembro. Se não der certo, tenho até maio
para atingir meu objetivo", finalizou.
Já a queniana, mesmo tendo perdido o bicampeonato, não parecia triste.
"Senti uma forte dor nas costas no quilômetro dez e isso impediu minha
reação. De qualquer forma, valeu pois consegui o segundo lugar. Isso prova
o quanto eu estava preparada para vencer aqui. Agora é pensar no próximo
ano", declarou a atleta.
RUGUT VALORIZA BRASILEIROS
"Minha maior dificuldade este ano foi suportar a pressão dos brasileiros".
Assim o queniano Philip Rugut analisou sua performance na conquista do
bicampeonato no Rio de Janeiro. "A prova foi tranqüila em quase tudo, mas
tive de forçar o ritmo para sair da marcação dos brasileiros. Felizmente
fiz uma boa preparação para garantir o segundo título", ressaltou. Bastante
feliz, ele quer retornar em 2004. "Adoro o Brasil e vou fazer de tudo para
estar aqui. É muito agradável correr no país, especialmente no Rio de
Janeiro", encerrou.
A segunda colocação do carioca William Amorim mostra que há novos destaques
nas provas de fundo. Ele fez uma grande corrida e chegou à frente de outros
renomados atletas. "Gostei muito do meu tempo e fiz uma prova boa. Não
mudei minha tática, pois saí atrás e mantive o ritmo o tempo todo. Quando
passei o Valdenor e encostei no queniano, achei que poderia passá-lo. Mas
uma dor no baço não me deixou forçar mais", declarou o corredor, que em
agosto venceu a Meia Maratona de São Beranardo do Campo (SP).
Alex Januário, que este venceu a Maratona do Rio de Janeiro, atribuiu o
resultado à boa preparação. "Estive em Cochabamba, na Bolívia, fazendo
treinos em altitude, e isso acabou fazendo a diferença. Como a maioria dos
atletas, minha meta e a vaga em Atenas e para isso vou correr em Berlim",
disse o carioca.
Os vice-campeões de 2002, Maria Zeferina Baldaia e Marilson Gomes, não
conseguiram terminar a prova. Zeferina está voltabndo a competir após um
período parada, enquanto Marilson disputou o Pan-Americano e não conseguiu
fazer uma preparação adequada para a VII Meia Maratona Internacional do Rio
de Janeiro.
Os cinco primeiros colocados na elite foram os seguintes:
Feminino
1. Marizete Rezende (BRA), 1h12min19seg
2. Anne Jelagat (KEN), 1h14min53seg
3. Márcia Narloch (BRA), 1h15min32seg
4. Sirlene de Pinho (BRA), 1h16min00seg
5. Marily dos Santos (BRA), 1h17min10seg
Masculino
1. Philip Rugut (KEN), 1h03min44seg
2. Willian Amorim; 1h03min48seg
3. Alex Januário de Mendonça (BRA), 1h03min58seg
4. Elenilson da Silva (BRA), 1h04min10seg
5. Manuel Teixeira (BRA), 1h04min17seg.
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